Na próxima sexta-feira (30), as 106 subseções estaduais da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) estarão em processo eleitoral. Todos os advogados em dia com a Ordem devem ir às urnas expressar o seu posicionamento e escolher os próximos representantes. Em Pelotas, cerca de 2,5 mil profissionais devem ir até a sede da OAB na cidade registrar seu voto, que é obrigatório, com multa por abstenção estipulada em até 20% da mensalidade.

Este ano, três chapas foram registradas para a disputa. A chapa 1 tem Ricardo Ferreira Breier como principal nome e a chapa 2 lança Paulo Roberto Petri da Silva como candidato à presidência da diretoria. Paulo Torelly é quem representa a chapa 3.

Em visita ao Diário Popular, acompanhado de sua vice Cristína Pezzella, Torelly e os líderes da terceira chapa apresentaram suas principais propostas. Dentre as bandeiras, ele propõe eleições diretas à presidência nacional da OAB, com participação dos advogados, diferentemente do sistema com indicações aplicado hoje.

Além disso, critica o atual modelo de gestão por não permitir a candidatura de advogados com menos de cinco anos de Ordem, o que ele acredita ser injusto e incoerente.

Sobre a relevância destas eleições ao cotidiano da população, Torelly comenta: "Se tivermos uma classe unida, com uma boa democracia interna, com seus direitos resguardados, com certeza isso vai refletir em uma melhor proteção para toda a população, que é nosso objetivo".

Cristína Pezzella, postulante à vice-presidência, destaca a proposta de uma abordagem mais ativa de proteção aos advogados, principalmente os criminalistas. Segundo a candidata, mais de 50% da população carcerária do Estado está nessa situação sem ser devidamente considerada culpada, com condenação ainda em 1ª instância. Esse quadro, que contribui para a superlotação do sistema carcerário, poderia ser revertido ou amenizado caso a Ordem promovesse uma melhor defesa e proteção deste advogado, que muitas vezes é visto com certo preconceito dentro da classe.

A representatividade oferecida pela chapa também é elencada. Em concordância com o número de advogadas presentes na Ordem, a chapa 3 possui muitas mulheres em sua nominata. Mônica Castarelli, por exemplo, é a indicada ao cargo de presidente na Diretoria da Caixa de Assistência. Entre suas propostas, salienta a importância da estipulação de um piso salarial a advogados que não atuem de forma autônoma, e diz que a alta arrecadação mensal da OAB pode ser melhor revertida em benefícios para seus associados, através da criação de uma previdência complementar, por exemplo.